29/07/2013

A origem do didator


Análise da personalidade de Hitler numa perspectiva psicanalítica

 O presente texto é um breve relato da biografia de Adolf Hitler e, tem como objetivo chamar a atenção dos países atuais e futuros para a responsabilidade de conceber e educar filhos. Devemos saber que criar um filho não é apenas um projeto de continuidade familiar, mas, sobretudo uma contribuição para as pretensões evolutivas da sociedade constituída pelos seres humanos e, que a inclusão de um novo membro, independente de onde venha pode afetar a humanidade por várias gerações. O ato de conceber e criar um filho devem ser encarados sob a ótica da espiritualidade de onde flui o amor, só assim, é possível permitir brotar de cada individuo envolvido, princípios, conceitos e atitudes suficientes para promover relações dignas da condição humana.

Hitler nascido em uma hospedaria de Braunau, na Austrália em 1889, filho de Alois, um aduaneiro de longos bigodes grisalhos e olhos indagadores, que caracterizavam seu aspecto severo, homem com mais de 30 anos de serviço nos ombros, já passava dos 50 anos de idade e de Klara Pölzl, mulher esbelta, cabelos loiros e olhos claros, de origem camponesa de 28 anos de idade por ocasião do nascimento de Hitler. No entanto, já havia perdido dois filhos, Gustav e Ida, falecidos em tenra idade, antes do nascimento de Hitler.

Relatos classificam Lois como um tirano que dirigia sua família, tão autoritário, como agia no escritório alfandegário, conhecido como “um decidido campeão da lei e da ordem”.

Os pais de Hitler, ambos de uma cidade chamada Waldviertel, região pobre, predominantemente agrícola; povoada de habitantes de costumes atrasados, frequentemente portadores de taras, causadas pelo alcoolismo e pelos repetidos casamentos consanguíneos. Lois e Klara são primos de primeiro grau e, para se casarem, no início de 1885, tiveram que pedir a licença do bispo.

O casamento com Klara é o terceiro para Lois, que sempre teve uma vida inquieta e aventureira. Na infância, Lois, conheceu apenas sua mãe, empregada doméstica, que o concebeu com mais de 40 anos de idade. Casou-se mais tarde e foi abandonada pelo esposo que preferiu continuar na vida de moleiro ambulante. Assim, Lois cresceu com o tio, perdendo a mãe aos 10 anos de idade.

Lois casa-se pela segunda vez, 30 dias depois da morte da primeira esposa e o terceiro casamento, com Klara, seis meses após a morte da segunda esposa.

            Segundo Fromm (1987), Klara a mãe de Hitler, parece ter sido uma pessoa ajustada e simpática. Trabalhara com empregada domestica na casa de Alois, seu tio e futuro marido. Ela tornou-se amante dele e engravidou do tio, casando-se com ele depois da morte de sua esposa.

Hitler aparentemente teve uma infância normal e tranquila, exceto pela agitação das várias mudanças que a família teve de fazer, seja por exigência do serviço ou inquietude.

Sob a vigilância constante do pai, o menino foi um bom estudante nos primeiros anos de curso, mas quando chegou aos 12 anos, a pressão paterna foi inútil para mantê-lo junto aos livros. Depois da morte do pai, ele permaneceu na escola por apenas mais dois anos.

Hitler frequentou por dois anos o convento beneditino, tendo se exibido entre os pequenos coristas.

Para satisfazer o desejo do pai, o filho entra na Realschule, escola secundária, o primeiro passo da carreira de oberoffizial, oficial da alfândega imperial austríaca: um boné de veludo com filete de ouro. Seu primeiro ano na Realschule é quase um desastre; no ano seguinte o rapaz repete o mesmo na Staatsalschule de Steyr. O pai o repreende duramente por não se aplicar nos estudos como deveria, Hitler replica, dizendo desejar ser artista, pintor e, nunca aduaneiro.

Hitler cresceu como um garoto independente mais muito solitário. Em suas brincadeiras infantis preferia brinquedos de miniaturas de equipamentos militar e sempre se colocava no papel de líder. Lia compulsivamente livros sobre aventuras e histórias militar. Ele escreveu que: “eu parecia viver as gigantescas batalhas no mais intimo do meu ser” (WEPMAN, 1987, p. 17). Um professor relatou que Hitler era um aluno teimoso, arrogante, preguiçoso e reagia com indisfarçável hostilidade ao conselho ou à punição.

Fromm (1987) buscando afirmar o caráter necrofilo de Hitler, diz que o “Sádico exigiria a rendição; só o necrofilo exige a aniquilação”. Afirma que Hitler apresentava três outros traças de caráter intimamente relacionados uns com os outros, eram: o narcisismo, a sua atitude ensimesmada e a sua falta de sentimento de amor, de calor humano ou de compaixão.

Em relação às causas da origem necrofila e demais patologia apresentadas por Hitler, Fromm (1987) destaca que o quadro de mãe responsável e amorosa exercido por Klara, levanta algumas questões sérias, tendo-se em vista a hipótese de a infância de Hitler ter sido quase autista e o seu “incesto maligno”, possa ter influenciado sua psique. Diante desta via, Fromm descreve algumas possibilidades: (1) que Hitler era constitucionalmente tão frio e reservado que a sua orientação quase autística existia, a despeito de uma mãe cálida e amorosa. (2) é possível que o seu superapego ao filho, tivesse sido sentido por ele, já tímido, como forte intrusão a que reagiu com uma reserva ainda mais drástica.

Os relatos mostram que para Klara, o filho era a menina de seus olhos, ela o mimava, nunca repreendia, admirava-o. Ele não podia fazer nada de errado. Toda a sua atenção e a sua afeição concentravam-se nele. Sua atitude, provavelmente, configurou o narcisismo de Hitler, assim como sua passividade. Ele era maravilhoso, sem precisar despender qualquer esforço, uma vez que a mãe o admirava de qualquer jeito. Não tinha de ser esforçar-se porque ele cuidava de satisfazer todos os seus desejos. Ele por sua vez, dominava-a e se enfurecia quando se sentia frustrado, Relata Fromm (1987).

Ao que parece Hitler, não via sua mãe como uma pessoa a quem ele se mostrasse amoroso e ternamente ligado. Ela parecia mais um símbolo das deusas protetoras e admiradoras, mas também das deusas da morte e do caos. Ao mesmo tempo, era um objeto para o seu controle sádico, ocasionando uma grande fúria nele quando ela não se mostrava plenamente prestativa.

Com a morte do pai, Hitler mudou-se para Linz, onde viveu os anos mais intensos e difíceis de sua puberdade, a perda do pai não pareceu ter efeito sobre ele. Se fosse verdade, como o próprio Hitler mais tarde escreveu, que o seu fracasso na escola originou-se do conflito ocorrido com seu pai, uma vez morto o brutal tirano e rival, a hora da libertação teria soado.

À época contava com apenas um amigo, com quem passa todas as horas livre em devaneios sobre artes, história e amor. Apaixona-se, mas não consegue trocar uma palavra se quer, com a jovem, objeto da paixão. Aos 16 anos é acometido pela tuberculose, que requer meses de cura e mudança de clima. É o fim dos estudos. Entre 16 e 19 anos, ele vive na completa liberdade: tardes de espera por um único olhar da amada; leituras disparadas; noites no Teatro da Ópera. Longas estadas em Viena, que nesta época desempenhava grande papel na história da musica e do teatro.

A mãe esgotou suas economias para satisfazer a paixão do filho, mesmo assim, Hitler é reprovado no exame de admissão para a Academia de Belas-Artes de Viena, seus testes foram considerados “insatisfatórios”, criticados pela deficiência de figuras humanas em seus desenhos e, as poucas que constavam não eram retratadas nas proporções corretas. Repetindo a reprovação no ano seguinte, foi aconselhado a tentar o curso de arquitetura, porém sua inscrição não foi aceita pela falta do diploma da Realschule. Neste ínterim sua mãe morre. O jovem agora precisa ganhar seu próprio pão. Hitler não consegue superar o golpe sofrido no gabinete do diretor naquele dia de outono. Sua desclassificação deu origem a um profundo ressentimento.

Na época, Viena era uma metrópole com aproximadamente dois milhões de habitantes. Capital do império e centro industrial entre os maiores da Europa, a cidade estava vivendo os últimos anos da sua “doce vida”: valsas e óperas, café, concertos e passeios às margens do “belo Danúbio azul”. Mas, atrás dessa brilhante fachada escondia-se uma triste realidade: um milhão de pequenos empregados e operários vivendo de simples subsistência; e mais a massa dos deserdados, vagabundos e delinqüentes de todas as raças. É nesse ambiente que Hitler passa sua vida entre 20 e 24 anos de idade. Sua única renda fixa até os 21 anos de idade era a pensão de 25 coroas, que recebia como órfão. Equivalente à metade do pagamento de um servente de pedreiro na época. Para completar suas despesas de sobrevivência, trabalhava removendo neve, carregando malas na estação, pintando pequenos quadros e de servente de pedreiro. Passou a dormir em dormitório público e em um convento de frades. Não bebia nem fumava, mas qualquer sobra de dinheiro usava para comer doces recheados com creme.

Sujeito de poucos amigos, entre eles, um judeu que lhe presenteou com um sobretudo. Conseguiu um sócio, que vendia os quadros que pintava, até o dia que o sócio sumiu com um quadro e Hitler o denunciou.

Entre um trabalho e outro, não lhe falta tempo livre, que passa lendo, principalmente tudo que pudesse satisfazer sua sede de informação imediata, de conhecimento, basicamente sobre conflitos sociais e política.

Construiu com a convivência e as leituras, aquela que seria sua base de todas as suas experiências insanas. Sua visão do mundo focalizada em ideias e impressões recheadas de intolerância, relacionadas com: 1) a natureza irremediavelmente cruel do homem; 2) a conspiração maléfica e universal dos judeus; 3) a superioridade da raça ariana e seu direito de dominar o mundo; 4) a profunda antipatia pelas instituições democráticas e parlamentares; 5) o ódio impiedoso pela social-democracia e pelo marxismo. Idéias comuns à época e, Hitler se agarra a elas com muita determinação e as defende com entusiasmo incomparável, que surpreende e atemoriza os seus próprios companheiros.

Hitler foi preso pelas autoridades austríacas como desertor do serviço militar. Conseguiu sair da enrascada. Encaminhado para Salzburgo, onde o médico do Exército considerou-o inapto para o serviço militar, justificando que ele era incapaz de carregar armas. Depois desse episódio e sem uma palavra se quer para a família, Hitler mudou-se para Munique, onde deu continuidade a sua leitura de jornais, apregoando a quem o escutasse, suas crenças políticas e o desejo de entrar em uma escola de arte. No entanto, não fazia nenhum esforço para atingir tal objetivo.

Enquanto a vida de Hitler não demonstrava a menor possibilidade de melhora, o mundo a sua volta parecia em movimento de desintegração. A guerra deu a Hitler à possibilidade de fugir de sua vida monótona de pobreza e humilhações, dando-lhe entusiasmo para se envolver ativamente em alguma coisa. Como em tempo de guerra, os registros médicos, não eram rigorosamente conferidos e os exames físicos quase fortuitos, ele foi aceito sem restrições e, em uma semana era o soldado Hitler.

Dez anos mais tarde, Hitler escreve em seu livro, que a noticia da guerra tomou o de grande emoção, escrevendo. “Tomado de um entusiasmo arrebatador, caí de joelhos e agradeci aos Céus, com o coração transbordando, por ter-me concedido à fortuna de poder viver nesse tempo”. (WEPMAN, 1987, p. 17). Comentou certa vez, que ainda garotinho, havia sonhado com a guerra e, que seu sonho de infância tinha tornado se realidade. Um membro do regimento relatou que ao receber o fuzil, Hitler olhou a arma, com o mesmo semblante de prazer, que uma mulher olha para uma jóia, que acaba de ganhar.

Frases que demonstram o sentimento, a vida e a história do ditador. “A luta é a mãe de todas as coisas... Não é com princípios humanitários que o homem vive... Mas unicamente por meio da luta mais brutal”. Adolf Hitler.

A presente síntese sobre aspectos bibliográficos da vida de Hitler, não objetiva recriminar ou defendê-lo das atrocidades que cometeu, nem tão pouco estabelecer uma premissa imutável, que cada indivíduo adulto, agirá único e exclusivamente sob as influencias de traumas, decorrentes de maus tratos ou coisa parecida, sofridos na infância ou mesmo estabelecer como certeza inconteste ou via sem desvio, que as vivencias da infância do indivíduo, serão repassadas a outras pessoas, como forma de alivio de seu sofrimento.

No entanto, tomando como base os conceitos psicanalíticos, deixados por Freud, todo conteúdo inconsciente, independente de quando foi recalcado ou reprimido, permanecerá inconsciente, até encontrar a oportunidade para tornar-se consciente, Nesse entremeio, permanece produzindo ações e reações, às vezes, antagônicas ao aspecto consciente e comportamento adotado ou desejado pelo indivíduo.

Tudo que é inconsciente poderá um dia tornar-se consciente. No entanto, o resultado necessariamente é a repetição do ocorrido, porém o indivíduo se quer sabe precisar o que realmente lhe aconteceu e, se aconteceu no real ou apenas imaginariamente.

A necessidade de tornar consciente conteúdo inconsciente, seja recalcados ou reprimidos é próprio da condição humana, como consta na Bíblia: “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz”. Lucas 8:17.


Lauro Milhomem Coutinho
    Psicanalista/Consultor

18/07/2013

Regra de Ouro

Napoleon Hill criou a regra de ouro, convicto de que se ela for aplicada coerentemente transforma positivamente os relacionamentos para uma convivência humana mais afetiva.


Regra de Ouro: "O que fazemos ao outro ou pelo outro fazemos a nós ou por nós".

03/07/2013

Iniciativa e liderança


Principais atributos da iniciativa e liderança, estabelecido por Napoleon Hill.

1.    Saber exatamente o que quer.

2.    Elaborar plano prático para a realização do que deseja.

3.    Cercar-se de pessoas com experiência e conhecimento essenciais à realização do objetivo definido.

4.    Ter suficiente autoconfiança e acreditar no objetivo, a ponto de imaginá-lo realizado, antes mesmo de coloca-lo em prática.

5.    Não desanimar, antes os obstáculos que surgirem. Se o plano falar, substitua-o por outro, até encontrar um o certo.

6.    Não tentar adivinhar. Planejar sempre com base em evidencias e fatos.

7.    Resistir a influencia de terceiros, com sugestões para sentido de desistir do plano ou do objetivo.

8.    Não estabelecer horário fixo de trabalho. O líder deve dedicar-se à tarefa que tem diante de si, trabalhando pelo tempo que fora necessário ao alcance do sucesso.

9.    Concentrar-se em uma tarefa por vez. Assim, não desperdiçará recursos, raciocino nem energia e manterá a eficiência.

10. Delegar, sempre que possível, a responsabilidade por detalhes, estabelecendo um sistema para verificar se tais detalhes estão sendo efetivamente executados. Mas a responsabilidade pela execução do plano continua sendo do líder. Tendo em mente que as falhas dos liderados, constituem-se em uma falha do líder.

 

Napolen Hill, destaca que a persistência é a base do sucesso de lideres bem sucedidos. Aqueles que se deixam abater pelos primeiros sinais de oposição ou dificuldade ao seu plano, jamais serão grandes lideres.

O líder eficiente não permite que detalhes roube seu precioso tempo de ação rumo ao objetivo definido.

O gestor que se promove por controlar pessoalmente todos os detalhes de seus negócios enquadra-se em uma das seguintes situações: não é um líder capaz ou está à frente de uma microempresa.

O líder bem sucedido nem sempre é o que parece mais ocupado, mas o que se organiza para gerir com eficiência e manter os liderados ocupados. Aquele que faz as coisas acontecerem é mais valioso a uma empresa do que aquele que executa.

O líder eficiente possuir uma personalidade agradável é otimista e sabe contagiar os outros com seu entusiasmo. Tem agudo senso de justiça, colocado em prática na convivência com os liderados. Assumindo total responsabilidade pelos atos de seus liderados.

“Das etapas essenciais ao desenvolvimento da iniciativa e da liderança, a primeira é a criação do hábito de tomar decisões com rapidez e firmeza”.

A autoconfiança é fator primordial ao sucesso na liderança. Fundamental, já que é uma tendência natural do ser humano o desejo de seguir indivíduos autoconfiantes. “ninguém segue espontaneamente uma pessoa indecisa”.

 
Napoleon Hill. Quem vende enriquece. São Paulo: Editora Fundamentos Educacional, 2012.