A
escolha é um direito humano, singular, subjetivo, pessoal e intransferível,
seja na tomada da decisão ou na superação das consequências. Assim, escolher, apesar
dos conselhos e interferência, cada sujeito arcará com as consequências do
caminho escolhido. No contexto da escolha, é preciso entender que a inércia, já
é uma escolha. Fazer ou não, falar ou não, felicidade ou infelicidade, alegria
ou sofrimento, sentir ou ressentir, tudo se configura na escolha.
Ouvir
os outros ajuda na preparação para a escolha, porem é fundamental que os
sentimentos pessoais sejam esclarecidos para que o outro não oriente apenas
baseado em suas percepções do que é certo. Mesmo porque o certo, no tocante ao
sentimento é uma atitude fundamentada na vivencia pessoal. Já é que inconcebível
e improvável, saber e mensurar a intensidade do sentimento do outro, tendo
apenas o próprio sentimento como referencia.
A
dinâmica do espelho/janela ajuda organizar o olhar intra e interpessoal, base
indissociável da escolha, tendo o tempo como orientador: passado – presente –
futuro.
Observar
a própria imagem no espelho faculta a analise de possibilidades antes e pós uma
escolha. Encarar-se quando a escolha não foi acertada é a melhor forma de
admitir a existência de falhas na tomada de decisão e, uma oportunidade para
entender que o erro, popularmente chamado de “fracasso”, traz consigo
sinalizações importantes para a vida. Que se interpretadas corretamente pode
representar uma atitude proativa frente às novas possibilidades que surgirão. Para
os atentos o fracasso promove a maturidade nas escolhas. Não adianta culpar-se
pela escolha. A culpa reduz a força interior, promove a ansiedade, a angústia e
o sentimento de inferioridade. Já que a rejeição presente na psique humana constitui-se
numa força de atração.
O
espelho também é um aliado daqueles que já aprenderam que ninguém consegue
viver isoladamente e, que vivemos no mundo da dependência, acentuadamente no
tocante a materialidade. Em geral não consumidos aquilo que produzimos, mas
utilizamos o resultado daquilo que produzimos para adquirir o que consumimos. Assim,
fica patente nossa dependência social. Portanto, quando atingimos sucesso em
uma escolha, devemos nos lembrar de que outros se envolveram direta e
indiretamente, assim, agradecer é uma obrigação. A gratidão é um lubrificante dos
sentimentos.
Observar
a janela é olha para o exterior, se o individuo sofre pelo fracasso da escolha,
pode encontrar facilmente uma pessoa, coisa ou fato para assumir a
responsabilidade da escolha, distanciando a possibilidade de aprendizado com o
erro. Culpar os outros é um exercício de fuga da responsabilidade pela escolha
e um fortalecimento dos conteúdos de manutenção na zona de conforto. É preciso
entender e convencer-se que a participação de outras pessoas na nossa vida, não
dá o direito de jogar sobre elas a responsabilidade das falhas nas escolhas
pessoais.
A
janela é uma grande oportunidade para percebermos que o resultado obtido a
partir em uma escolha, teve a participação de outras pessoas, contribuído direta
ou indiretamente, às vezes, apenas pelo simples fato de existirem. Isso é tipo
do viés da afetividade, quando apenas o existir é o que basta para suprir uma
falta, que não se caracteriza, simplesmente deixou um vazio. A pior solidão não é a que o
indivíduo sente quando está sozinho, mas a que sente, mesmo na companhia de
outras pessoas. "O Silêncio, é o grito mais alto." Schopenhauer.
Entender
que a escolha é a locomotiva que puxa e empurra a vida humana, desta forma não há
nada mais inteligente do que praticar o que diferencia o ser humano dos outros
animais. A capacidade de pensar logicamente e a habilidade de negociar. Assim
fazendo, os resultados na vida de cada pessoa passam a ser cada vez mais previsíveis
e o sofrimento minimizado, impermeabilizando a fonte das doenças: incapacidade
de pensar no que pensa, de sentir o que sente e aceitar o que deseja, certo de que
muitos desejos devem ser reprimidos, pois estão apenas a serviço de estímulos infantis.
“Entre o estimulo e a resposta há um espaço. Nesse espaço está nossa
liberdade e a capacidade de escolher nossa resposta. Nessas escolhas estão
nosso crescimento e nossa felicidade”. Stephen
R. Covey.