26/11/2008

Educando pelo exemplo

Nenhuma forma de educar (pensando educação como uma forma de inserção do indivíduo na condição humana) é tão completa como o “exemplo”, por isso, quem detém qualquer tipo de posição de destaque em relação a outras pessoas, sobretudo, crianças e jovens, seja na função de pai, mãe, professor, líder comunitário, religioso, empresarial. Deve entender que a forma primitiva de aprender é pela repetição, fato comum nas atitudes da criança e, naturalmente mantido pelos adultos, mesmos por aqueles já intelectualmente bem instruídos.
De maneira simplista, o “exemplo” funciona baseado na regra do menor esforço, ou seja, observar quem já sabe fazer é principio de economia de tempo e redução de risco de exposição ao ridículo, por erros cometidos, contemporaneamente, classificado pelos jovens pagar “mico”.
Numa base mais profunda, o “exemplo” parte da identificação de um ideal, que funcionará como base segura para quem está aprendendo, seguir. Segui-lo pode representar maior nível de acerto e aceitação pelos seus expectadores.
Verdadeiramente, os princípios norteadores do caráter e honradez de uma pessoa, são observados, tanto no que ela diz, quanto no que ela faz. Sua ética é vista e confirmada em todos os aspectos que envolvem o seu falar, agir e existir.
É sabido que um aprendiz apreende de seu professor, tanto os conteúdos da disciplina transmitidos, bem como outros aspectos envolvidos no processo de transmissão-recepção, quais sejam: a postura, os gestos, a convicção, o respeito, a seriedade e a ética, que fatores que permeiam todas as dimensões, do sujeito, visto pelo outro (aprendiz) como seu ideal, não como objeto, mas como facilitador do acesso aquilo que ele, aprendiz almeja para si.
Quem deseja usar o exemplo como meio para educar, deve considerar como impróprio o ditado popular que diz: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Pais que fumam e bebem, estão educando pelo exemplo, seus filhos, a fazerem o mesmo.
Pais desonestos, trapaceiros e mentirosos, aqueles que ensinam os filhos a dizerem ao telefone, que não estão em casa, quando efetivamente estão. Muitos julgam tais atitudes, como algo sem importância. Estão educando seus filhos, como agir em suas relações pessoais e profissionais.
Pais que não obedecem a semáforos, que dirigem na contramão em via publica, que param em fila dupla, que não dão a preferência, furam fila. Estão educando seus filhos a agirem o que aprenderam com quem eles admiram tanto e, portanto, julgam que tudo que os pais fazem é certo e deve ser repetido pelos filhos.
Conheceu um homem prestador de serviço no transporte de passageiros (moto taxi), que repete o mesmo trajeto, virando na contramão, no mesmo semáforo, que o pai sempre fez, quando ia para o trabalho ou saia para passear com os filhos. O semáforo fica a alguns metros da residência do pai.

Ford ensina:
“Não há modo de mandar e ensinar, mas forte e suave que o exemplo”.

A parábola “A importância do exemplo” do livro de Alexandre Rangel:

Napoleão Bonaparte, sem duvida, foi um dos maiores lideres que este mundo já conheceu. Certa vez, seu exercito estava se preparando para uma de suas maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes superior ao seu, ale m de um equipamento muito superior. Napoleão avisou seus generais de que ele estava indo para a frente de batalha e estes procuraram convencê-lo a mudar de idéia:
“Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós”.
Tudo em vão. Não houve nada que o fizesse mudar de idéia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o perigo de ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse:
“Não tem jeito. Eu vou”.
“Mas por quê, comandante?”
“É mais fácil puxar do que empurrar!”

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