09/12/2013

Mandela: uma lição de liderança


Mandela deixa para a humanidade a grande lição sobre o ato de educar. Demonstrando com sua vivencia, que a educação não é apenas a transferência de conteúdo, mas sobretudo a viabilização de fatores que contribuem para a inserção do sujeito na condição humana.

Espera-se que o legado de Mandela desperte nas pessoas o sentimento de buscar incansavelmente a solução dos conflitos inerentes ao viver humano, sem ressentimento paralisante, com espirito desarmado de arrogância, superioridade ou inferioridade, pois, só assim, será possível a construção de caminho alternativo, que atenda às necessidades de ambas as partes. O caminho alternativo sempre é possível, quando o amor e a bondade são usados como meio para o fim desejado.

Educar é um projeto permanente na vida do ser humano, seja o sujeito, líder ou liderar, aluno ou professor. Julgar-se pronto é falta de sensibilidade para entender o que a vida tem por ensinar.

A educação verdadeira é a que coloca as relações humanas como fator principal, pois não adianta alguém conseguir todos os títulos que o diferencie profissionalmente, se tudo que aprendeu não o capacitou para entender que o ser humano é um ser afetivo e necessita do afeto, que funciona como combustível para as outras realizações pessoais. A realização afetiva, fruto dos relacionamentos é primaria na vida humana, sem ela, outras realizações não tem sentido.

O educar essencialmente humano, capacidade o ser a acolher, mesmo que apenas visualmente os demais. Tornar o outro invisível, algo comum nos corredores de empresas, escolas, universidades, clubes e outros pontos de convivência humana é uma maléfica forma de segregação presente na contemporaneidade.

A grande lição de Mandela: O líder precisa ser e demonstrar em ações e atitudes aquilo que espera dos outros. Este momento de tristeza pela sua partida pode ser uma oportunidade para que pais, professores, empresários, diretores, gerentes ou quem quer que esteja em um papel de comando, em todos os tipos de atividades que envolva ação humana, possa parar e refletir se suas ações estão focadas na agregação ou na segregação do afeto humano. Nuca é tarde para mudar, mas pode ser tarde para perdoar e receber o perdão de alguém. A culpa gerada pela sensação de não ter sido desculpado ou perdoado por uma atitude incoerente ou mesmo um erro reconhecidamente cometido é um fator aniquilante, que se manifesta em forma de crise, violência, vingança, isolamento, doença e morte.

Lauro Milhomem Coutinho

Psicanalista/Coach/professor

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