Mandela deixa para a humanidade a
grande lição sobre o ato de educar. Demonstrando com sua vivencia, que a
educação não é apenas a transferência de conteúdo, mas sobretudo a viabilização
de fatores que contribuem para a inserção do sujeito na condição humana.
Espera-se que o legado de Mandela
desperte nas pessoas o sentimento de buscar incansavelmente a solução dos conflitos
inerentes ao viver humano, sem ressentimento paralisante, com espirito
desarmado de arrogância, superioridade ou inferioridade, pois, só assim, será possível
a construção de caminho alternativo, que atenda às necessidades de ambas as
partes. O caminho alternativo sempre é possível, quando o amor e a bondade são
usados como meio para o fim desejado.
Educar é um projeto permanente na
vida do ser humano, seja o sujeito, líder ou liderar, aluno ou professor.
Julgar-se pronto é falta de sensibilidade para entender o que a vida tem por
ensinar.
A educação verdadeira é a que
coloca as relações humanas como fator principal, pois não adianta alguém conseguir
todos os títulos que o diferencie profissionalmente, se tudo que aprendeu não o
capacitou para entender que o ser humano é um ser afetivo e necessita do afeto,
que funciona como combustível para as outras realizações pessoais. A realização
afetiva, fruto dos relacionamentos é primaria na vida humana, sem ela, outras
realizações não tem sentido.
O educar essencialmente humano,
capacidade o ser a acolher, mesmo que apenas visualmente os demais. Tornar o
outro invisível, algo comum nos corredores de empresas, escolas, universidades,
clubes e outros pontos de convivência humana é uma maléfica forma de segregação
presente na contemporaneidade.
A grande lição de Mandela: O líder
precisa ser e demonstrar em ações e atitudes aquilo que espera dos outros. Este
momento de tristeza pela sua partida pode ser uma oportunidade para que pais,
professores, empresários, diretores, gerentes ou quem quer que esteja em um
papel de comando, em todos os tipos de atividades que envolva ação humana, possa
parar e refletir se suas ações estão focadas na agregação ou na segregação do
afeto humano. Nuca é tarde para mudar, mas pode ser tarde para perdoar e
receber o perdão de alguém. A culpa gerada pela sensação de não ter sido
desculpado ou perdoado por uma atitude incoerente ou mesmo um erro
reconhecidamente cometido é um fator aniquilante, que se manifesta em forma de
crise, violência, vingança, isolamento, doença e morte.
Lauro Milhomem Coutinho
Psicanalista/Coach/professor
Nenhum comentário:
Postar um comentário